A
tempestade
Luiz
Ricardo Leite dos Santos
É
o momento que Capela vive. Não sobre os efeitos de fenômenos como o Katrina, um
tsunami como o ocorrido no Japão ou sob o poder de um Sandy. Não, estes são
eventos naturais, previsíveis e, dependendo do controle dos institutos que
estudam o clima, é possível que muitas vidas sejam salvas. Algo semelhante tem
aterrorizado a população da nossa cidade, não apenas os servidores municipais,
mas toda uma estrutura que depende da arrecadação proporcionada pelo pagamento
dos salários ou do fornecimento de materiais e serviços prestados ao executivo.
Esse tem sido o cotidiano dos capelenses nos últimos dias do atual governo
municipal.
Pensar
nas famílias que precisam pagar suas dívidas para poder adquirir o alimento necessário
à sobrevivência de seus entes queridos é muito comovente. Pensar na cidade que
“voltava a ser princesa” se tornar um depósito de lixo é trágico. Pensar nas
crianças sem merenda nas escolas é revoltante. Como é possível uma perversidade
como esta acontecer em pleno século XXI? Isso é política? Isso é socialismo?
Acho que não. Muitos desses despolitizados que se intitulam políticos não sabem
nem quais os alicerces sob os quais seus partidos carregam suas bandeiras. O
partido se tornou apenas um degrau para alguns oportunistas. É uma pena, pois a
vaidade é a grande força motriz destes indivíduos. Seres sem a menor
sensibilidade. Alguns culpariam Maquiavel por isto, o que é um equívoco. A
leitura equivocada de suas obras pode proporcionar tragédias como esta que
vivemos, mas essa é uma discussão para outra oportunidade.
O
que nos resta é esperar, pois assim como o povo japonês conseguiu
reestruturar-se depois do tsunami, bem como os moradores de Nova Orleans, mesmo
sob constante risco, ou, mais recentemente, a destruição ocorrida em Nova
Iorque, fazem com que as pessoas arregacem as mangas e continuem suas vidas.
Apesar das tragédias, estes são fenômenos naturais que trouxeram algo ruim
àquelas localidades. Mas, a nossa dificuldade momentânea revela o elevado grau
de maldade que o ser humano pode proporcionar àqueles que estão próximos. Nesse
sentido, apesar da tempestade que vivemos, acredito que dias melhores virão.
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