quarta-feira, dezembro 19, 2012



A tempestade
Luiz Ricardo Leite dos Santos

            É o momento que Capela vive. Não sobre os efeitos de fenômenos como o Katrina, um tsunami como o ocorrido no Japão ou sob o poder de um Sandy. Não, estes são eventos naturais, previsíveis e, dependendo do controle dos institutos que estudam o clima, é possível que muitas vidas sejam salvas. Algo semelhante tem aterrorizado a população da nossa cidade, não apenas os servidores municipais, mas toda uma estrutura que depende da arrecadação proporcionada pelo pagamento dos salários ou do fornecimento de materiais e serviços prestados ao executivo. Esse tem sido o cotidiano dos capelenses nos últimos dias do atual governo municipal.
            Pensar nas famílias que precisam pagar suas dívidas para poder adquirir o alimento necessário à sobrevivência de seus entes queridos é muito comovente. Pensar na cidade que “voltava a ser princesa” se tornar um depósito de lixo é trágico. Pensar nas crianças sem merenda nas escolas é revoltante. Como é possível uma perversidade como esta acontecer em pleno século XXI? Isso é política? Isso é socialismo? Acho que não. Muitos desses despolitizados que se intitulam políticos não sabem nem quais os alicerces sob os quais seus partidos carregam suas bandeiras. O partido se tornou apenas um degrau para alguns oportunistas. É uma pena, pois a vaidade é a grande força motriz destes indivíduos. Seres sem a menor sensibilidade. Alguns culpariam Maquiavel por isto, o que é um equívoco. A leitura equivocada de suas obras pode proporcionar tragédias como esta que vivemos, mas essa é uma discussão para outra oportunidade.
            O que nos resta é esperar, pois assim como o povo japonês conseguiu reestruturar-se depois do tsunami, bem como os moradores de Nova Orleans, mesmo sob constante risco, ou, mais recentemente, a destruição ocorrida em Nova Iorque, fazem com que as pessoas arregacem as mangas e continuem suas vidas. Apesar das tragédias, estes são fenômenos naturais que trouxeram algo ruim àquelas localidades. Mas, a nossa dificuldade momentânea revela o elevado grau de maldade que o ser humano pode proporcionar àqueles que estão próximos. Nesse sentido, apesar da tempestade que vivemos, acredito que dias melhores virão.

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